A infância é uma das fases mais importantes da vida. É quando as crianças descobrem o mundo por meio das cores, sons, cheiros e texturas e também começam a construir hábitos que podem acompanhá-las para sempre. Nesse processo, a alimentação tem um papel essencial: garante energia e saúde, fortalece o aprendizado, promove bem-estar e cria momentos de convivência. Quando uma criança tem acesso regular a refeições de qualidade, nutritivas e servidas nos horários corretos, ela tem melhores condições de crescer de forma saudável e desenvolver todo o seu potencial. Esse direito fundamental, quando garantido, se reflete diretamente em um aprendizado mais fácil e em um futuro com mais oportunidades. No entanto, quando esse direito à alimentação é negado, a infância pode ser marcada por desafios que afetam não só a saúde, mas também as capacidades de aprendizado e as perspectivas para o futuro. É com essa compreensão que o Projeto Matéria-Prima vê a alimentação como um pilar essencial da educação. O projeto não se limita a oferecer atividades formativas; ele garante refeições completas e balanceadas para seus alunos, o que contribui diretamente para o desenvolvimento integral de cada um. Nas unidades de São Paulo e Itapevi, são servidas, em média, 20 mil refeições por mês, que incluem café da manhã, almoço e café da tarde. Essa iniciativa reforça o compromisso do projeto em garantir que cada criança tenha as condições necessárias para um futuro promissor, começando pela base de uma alimentação nutritiva e de qualidade.

Foi para desconstruir essa ideia que o Instituto Eurofarma realizou, em agosto, o 4º Encontro de Famílias, em Itapevi e São Paulo, com a temática “Mentalidades Matemáticas”. O programa, co-criado pelo Instituto Sidarta e pelo centro de pesquisas YouCubed, da Universidade de Stanford, busca promover uma educação matemática mais aberta, criativa e visual, conectada à realidade dos estudantes. A proposta valoriza a investigação, diferentes formas de resolução e, sobretudo, a inclusão e a mobilidade socioeconômica por meio do aprendizado. Durante o encontro, alunos e familiares tiveram a chance de aprender matemática de maneira lúdica e prazerosa. “A proposta mostra que todos têm capacidade de aprender em altos níveis. O erro deixa de ser fracasso e passa a ser oportunidade de aprendizado. Com atividades como planejar viagens ou calcular sabores de sorvete, as crianças descobrem que a matemática é universal, útil e acessível a todos”, explica a educadora Luana Silva. Fernanda, mãe da aluna Helena, contou que a experiência no encontro a fez enxergar a matemática de outra forma. Para ela, a ideia é criativa porque envolve as famílias, desperta a memória e estimula o raciocínio além da rotina do dia a dia. “Se eu tivesse aprendido matemática desse jeito, teria gostado muito mais. Hoje percebo que usamos a disciplina em tudo, não apenas na escola”, disse. Segundo Jo Boaler, criadora da metodologia, convidar os estudantes a raciocinar sobre ideias matemáticas e valorizar as diferentes formas de pensamento torna o aprendizado mais profundo e estimulante.

O curso de Auxiliar de Produção Farmacêutica, realizado em parceria com o SENAI Biotecnologia, combina aulas teóricas na sede do Instituto, práticas nos laboratórios do SENAI, no Bom Retiro, e visitas técnicas à fábrica da Eurofarma, em Itapevi. O grupo é formado por estudantes de 18 a 25 anos, em sua maioria mulheres. Segundo Luciana Galvão, coordenadora do curso no SENAI Biotecnologia, os estudantes desenvolvem competências técnicas fundamentais para atuar no setor farmacêutico, como noções de boas práticas de fabricação (BPF), controle de qualidade, operação de equipamentos essenciais, além de organização e segurança em ambientes produtivos. Ela destaca também que o programa busca trabalhar habilidades socioemocionais, como disciplina, atenção a detalhes, trabalho em equipe e responsabilidade em processos que envolvem a saúde pública. Essa iniciativa busca promover inclusão social, ampliar oportunidades de emprego e preparar talentos locais para a produção de medicamentos, com projeção de futura contratação na própria Eurofarma. O programa reúne aulas teóricas, que oferecem base conceitual sólida, atividades práticas em laboratório e simulações de processos produtivos. O formato procura reproduzir a rotina de uma indústria farmacêutica, permitindo que os alunos vivenciem situações do dia a dia profissional. “A turma-piloto é vista como um marco para avaliar a aderência entre a formação oferecida e as necessidades reais do setor. Espera-se que os alunos saiam capacitados para atuar em linhas de produção farmacêutica, que a taxa de empregabilidade seja significativa e que o modelo do curso possa ser incorporado de forma permanente aos programas do Instituto a partir do próximo ano”, afirma Luciana.